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Discurso de uma feminista transtornada


Como entender a mente masculina? Eu diria que isso é uma missão quase impossível, ou melhor, completamente impossível. Sim! O próprio amor que sentimos pelos homens nos faz passar por situações tão loucas e inusitadas, nos coloca de uma forma estranha diante do mundo, eu mesma já passei por cada uma. O pior é que na maioria das vezes, nós mulheres é que sofremos mais com esse tal de amor, acho que nós precisamos mais dele do que os homens, é, talvez. É como se amar fosse viver constantemente com esse sentimento nos consumindo, acabando com nossa vida. Droga! Mas porque eu preciso amar? Isso só vai tomar o meu tempo, encravar no meu peito e escravizar meu coração. Parece que o amor é mais necessário do que o próprio ar que respiramos, do que o dinheiro na conta no final do mês ou do que estar de acordo com as tendências da moda. Ainda busco uma justificativa para tudo isso.
Tenho que trabalhar e fico aqui pensando nessas nobices. Mas por falar nessa raça, nossa, como os homens são incompreensíveis. Estou quase desistindo de tentar me relacionar com qualquer um ou derivados. Por outro lado, penso que não vai adiantar desistir, no final das contas quem vai acabar ficando sozinha serei eu, então é melhor ir deixando meu futuro possível relacionamento como apenas um ítem pendente da minha vida, nada muito importante.
Pobres de nós mulheres, dizem que somos o sexo frágil, às vezes até eu tenho que concordar com isso. Vejo os melhores piores exemplos no meu trabalho mesmo, minhas amigas são um retrato perfeito dessa relação homem x sexo frágil. Ficam desesperadas se saírem com um cara e no outro dia ele não ligar, é quase o fim do mundo. Tem uma que é casada, quando o relógio dá oito horas da noite, ela liga a cada quinze minutos para saber onde o marido está, e se na décima segunda vez ele por um acaso do destino ele atender e disser: “- Querida, saí com os amigos para beber uma cervejinha, mais tarde chego em casa, não me espere!” Pronto, o tempo fecha. Ele mal sabe o que o espera mais tarde. Eis a relação de dependência.
Mas como o sexo feminino pode ser “o frágil” se nós é que damos todo o suporte para os “machos”? Tenho plena convicção de que eles não conseguem viver sem uma de nós. Mas já que é assim, deveriam pelo menos dar mais valor aquela que pode ser a mãe dos seus filhos, que vai fazer o jantar quando ele chegar cansado do trabalho, que ao sair pela manhã vai lembrá-lo antes de não se esquecer de colocar a maldita gravata. Nós é que somos o centro do universo queridos!
Ora, admito sim que eles têm lá suas qualidades, uma delas, bem ironicamente falando, seria a falta de preocupação que eles têm conosco. Os homens são tão relaxados, não sei como eles conseguem ser assim. Acho que pensam que se esquecer da data em que conheceu a namorada, é só dar um presentinho a ela que fica tudo bem, é como se dissesse que ela é um brinquedinho virtual que se pode controlar apenas apertando um botão. Estão tão enganados. Aquilo vai perseguir a lembrança dela por toda a eternidade ou pelo menos até o infeliz dia em que estiverem juntos.
Pergunto-me porque eles se acham com essa bola toda, tenho certeza de que uma mulher consegue superar o fim de um relacionamento muito mais fácil do que um homem. Ela vai acabar achando outro cara que a faça feliz. Já ele, pode até achar outra, mas nunca vai esquecer-se daquela especial, a que fez o seu mundo desandar, e essa outra nunca chegará aos pés dela.
Creio que talvez, em algum tempo, desvendarei esses mistérios de como levar um relacionamento que preste com alguém que preste. Um dia entenderei por que nós mulheres precisamos de alguém para sujar a pia do banheiro de creme dental, ou para derrubar pipoca no sofá e deixar a tampa do vaso sanitário levantada, e até para gritar com a gente e nos deixar de quatro, em estado de transe. Talvez exista alguém nesse planeta que venha me fazer acreditar em toda aquelas abobrinhas invisíveis que os poetas falam em seus poemas e que eu não vejo acontecer. Confesso que acho isso tudo muito tolo, nem sei se quero mesmo. Pra que encontrar alguém que faça meu coração acelerar e justifique minhas loucuras, casar e depois ficar “te amo pra lá, te amo pra cá?” Melhor gastar meu tempo assistindo minhas amigas se afundarem em seus relacionamentos enquanto eu garanto meu futuro como uma pós graduada em psicologia, poliglota, com meu carro na garagem, comprando minha viagem para Paris.
Um bom futuro à todos e paciência aos que amam... ou tentam!
Uma crônica de Talita Cavalcante

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